quarta-feira, 29 de junho de 2011

Capítulo 12 = Uma aula mágica...literalmente


Entrei na sala e me sentei. Âmbar ocupou a cadeira ao meu lado e começamos a conversar.
Cumprimentei vários amigos: Ametista, Scott, Opala, Henry...
Topázio passou por mim e, com um ar de desprezo, empinou o nariz e saiu andando. Ela era a versão mágica de Anna, arrogante e metida. As duas eram muito parecidas, mesmo fisicamente. Vivia rodeada de feiticeiros, e era a mais chata do reino. Por causa dos seus cabelos louros compridos – os de Anna eram curtos -, brilhantes por causa das mechas douradas, e seus olhos verdes, Topázio se achava a melhor. Eu e Âmbar a detestávamos.
A aula começou com História Mágica, e depois Feitiços, seguido de Criaturas Mágicas e Metamorfose. Esta última foi a mais estranha e divertida que já tive.
O Sr. Liens nos mostrou como se transformar em um pássaro, e nos mandou tentar. Não posso dizer que foi fácil, pois tínhamos que nos desligar no mundo voluntariamente - não sem perceber como na meditação- e nos concentrar em um pássaro.
Quando abri os olhos, percebi que quase tinha conseguido. Eu estava com o tamanho e a aparência de um pássaro, tirando um dos pés que não tinha mudado e que minhas penas tinham um forte tom azulado.
Comecei a rir da minha aparência, assim como Âmbar, pois, embora ela estivesse com o corpo do tamanho de um pássaro, um das asas não tinha diminuído e suas penas estavam laranja, e não amarelas como deveriam estar.
Rimos e olhamos a nossa volta, o que fez nossa gargalhada aumentar. Não éramos as únicas que achávamos engraçado o que havíamos nos tornado. A classe inteira ria. Todos estavam com aparências hilárias, alguns com cabeças gigantes, outros, o corpo havia diminuído, mas sem mudanças e etc.
Eu não pensava que fosse possível, mas as nossas risadas aumentaram ainda mais quando vimos a aparência que Topázio adquirira. Ela ainda tinha o corpo em formato e tamanho normal, mas penas haviam crescido por todo o corpo e ela ganhara um bico.
- Parece um ninho de penas ambulante! – comentou Âmbar, rindo e eu concordei.
Depois de voltarmos ao normal, fomos para a casa. Passei a tarde conversando com meus amigos e contando sobre a aula, e minha barriga ainda doía na hora de dormir.
°°°
O domingo passou depressa, e rapidamente a aula acabou.
- Você pode contar com a minha ajuda na busca, Safí – disse Âmbar assim que chegamos ao pátio.
- Valeu mesmo, Amby – agradeci.
- Boa sorte! E quando precisar de ajuda, já sabe o que fazer.
Sorri e falei:
- Sei, sim. Até logo!
Abraçamo-nos e fui andando até o pátio de Ruby. Mas, antes de sair do meu, dei uma última olhada para Âmbar, que conversava com Opala.
Eu não sabia de como a ajuda dela seria importante, e não só a dela, mas também de uma pessoa que estava apoiada na janela da sala, os olhos acompanhando cada movimento que eu fazia. 
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E aí? Este é pequeno, mas tenham gostado! Bjs, Carol ;]



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Capítulo 11 = Recebendo ajuda

Assim que acabou a aula, fomos todos para a minha casa no carro do meu pai.
Ao chegarmos, mostrei aos meus amigos toda a casa. Jú achou incrível meu quarto e Sam adorou o escritório do meu pai.
Depois de comer, eu os levei para conhecer a biblioteca secreta. Assim que entramos, os dois abafaram um grito de surpresa. Ficaram maravilhados com a quantidade de livros, pois, assim como eu, os dois adoravam ler.
Mostrei para eles vários livros interessantes, e eles amaram.
Depois disso, comemos e começamos a trabalhar. Fiquei no sótão treinando o feitiço de teletransporte, e Jú e Sam ficaram na biblioteca secreta pesquisando mais sobre os ingredientes.
Já era tarde da noite quando foram embora.
Em instante adormeci, pois, apesar da ansiedade, tinha sido um longo dia.
°°°
Era sábado, e eu estava me arrumando para ir a Magia High School. Era desse jeito: de segunda a sexta eu ia a Goode e nos fins de semana e ia a minha escola no Reino. Se eu não me cansava? Esse seria o normal, mas no fim sempre fazemos um feitiço para nos recuperar do cansaço, porque senão ninguém aguenta e, como somos metade humanos, também temos nosso limite.
Continuando, terminei de me arrumar e fui tomar o café da manhã.
Sentei-me na mesa e olhei sem ver para os ovos mexidos que estavam no meu prato. Eu estava meditando de novo.
Eu tinha conversado com minha avó sobre o nosso plano. Ela contou para meus pais e eles aprovaram, pois este seria um desafio para testar a minha sobrevivência no mundo afora, minha independência. Agora, eu só tinha de convencê-los a fazer um feitiço que manteria os pais de Sam e Jú ocupados.
Como se tivesse lido minha mente – o que obviamente fez - minha mãe estendeu a mão sobre a mesa e tocou meu braço. Na hora, eu voltei à realidade. Ah é, esqueci de dizer: o toque de um feiticeiro quebra imediatamente a meditação.
- Filha, não sei é uma boa ideia...
Ela trocou um olhar com meu pai e ele disse:
- Não sei, Safíra, é arriscado demais...
- Por favor! Assim os dois vão poder ir comigo. Eles querem ir!
- Filha, vai ser muito perigoso dois seres humanos enfrentar os desafios de um feiticeiro – minha mãe explicou.
- Eu também acho, mas eles querem se arriscar e ir comigo. Não vão me deixar ir sozinha atrás dos ingredientes. Devo isso a eles pelo tempo que escondi o nosso segredo. Por favor! – implorei.
Meus pais se entreolharam e não pareciam muito convencidos. Olhei para minha avó, na ponta da mesa, em busca de ajuda. Para o meu alívio, ela me apoiou.
- Sei que é perigoso para eles, mas já são bem grandinhos e devem assumir os riscos. E sinto que aqueles dois serão uma ótima companhia para Safíra. O garoto é inteligente e corajoso e a garota é determinada e esperta. Os dois são mais do que aparentam ser.
Olhei espantada para minha avó. O que é que ela estava dizendo? Meus amigos não eram humanos? Como assim? Eu nunca tinha percebido nada diferente neles. Pareciam pessoas normais. Nada é o que aparece ser, minha avó sempre dizia, e eu e minha família éramos a prova viva disso.
Minha avó leu o meu pensamento e sorriu.
- Há mais coisa sobre o passado de seus amigos do que você esperava, Safíra. Quando deixarem seus instintos os dominarem, você vai se impressionar. Por enquanto não fale com eles sobre isso. Na hora certa, você descobrirá a verdade e terá que encará-la frente a frente.
Eu estava em estado de choque. Não ouvi quando Ruby e Max soltarem juntos um “Demais!” nem meus pais se levantando da mesa e muito menos minha avó me confortando dizendo que seria uma grande aventura descobrir a verdade sobre Jú e Sam.
Então senti uma mão em meu ombro e ergui a cabeça. Encontrei o olhar da minha mãe e ela disse:
- Safíra, eu e seu pai vamos ver o que podemos fazer a respeito dos pais dos seus amigos.
Sorri, agradecendo, e me levantei. Tinha de ir à escola.
Peguei minha mochila e fui para o quintal da minha casa com um pensamento em mente: Jú, Sam, que outros segredos vocês escondem?
°°°
Você deve estar se perguntando como vou para o Reino. É simples. Temos que ir a um lugar espaçoso – no meu caso, o quintal da minha casa - pegar a varinha e murmurar “Nost takk!”. Assim um portal vai se abrir e pronto.
O Reino da magia é um lugar incrível. Imagine uma cidade normal, com lojas, parques, pessoas e seus bichos de estimação e carros. O Reino é bem parecido, tirando o fato de que nas lojas as roupas das lojas vêm voando em sua direção; os parques são cheios de criaturas mágicas, as pessoas tem varinhas e seus bichos de estimação falam e, assim como os carros, voam.
Acho que agora você já tem alguma ideia de como é.
Meus pais deixaram Ruby, Max e eu na Magia High School.
Ruby foi para seu pátio e eu fui para o meu.
Eu e Max estávamos andando pelo pátio quando, por instinto, me virei rapidamente para trás e me vi olhando para minha melhor amiga feiticeira, Âmbar.
- Eu desisto! Algum dia ainda conseguir te dar um susto – falou ela, sorrindo.
Também sorri. Todo o feiticeiro tem uma grande habilidade única, e a minha é que, apenas uma vez em um bilhão, eu era pega de surpresa. Resumindo, quase nunca. A habilidade de Âmbar é a velocidade em que ela corria. E sempre tentava me assustar usando essa velocidade. Conhecíamo-nos há três anos, e ela nunca tinha conseguido. Mas ela não desistia.
- Veremos! – respondi. – Mas sua velocidade é incrível!
- Obrigada, Safí – disse ela, e me abraçou. – Senti muita saudade!
- Eu também!
- Tenho tanta coisa para te contar...
Ela começou a falar, e eu ouvia a tudo o que ela dizia, até que em um momento parei de prestar atenção, e fiquei pensando que também tinha muita coisa para contar a ela. Tinha acontecido tanta coisa desde a última vez que nos vimos... Eu tinha virado adolescente e transformado uma garota em sapo; e, por causa disso, meus amigos tinham descoberto que eu era feiticeira; e depois de amanhã eu estaria viajando ao redor do mundo para procurar por ingredientes de uma das poções mais complicadas de se fazer, na companhia de um cachorro mágico e meus dois amigos que eu descobrira recentemente que não eram humanos... Em poucos dias, minha vida tinha virado de ponta-cabeça.
Âmbar deve ter percebido que eu não estava mais escutando, porque parou de falar, colocou a mão em meu braço e perguntou:
- O que aconteceu, Safí? O que está escondendo?
Surpresa, percebi que ela tinha repetido as mesmas palavras que Jú quando Sam terminou de descrever que meus olhos tinham ficado... Qual palavra ele tinha usado? Ah, sim...vazios, porque eu tinha meditado na frente deles.
Soltei um suspiro e disse:
- Amby, se eu te contar o que aconteceu, você promete que não vai insistir em me acompanhar?
Ela hesitou, mas, no fim, concordou.
- É que...Bem, é que aconteceu uma coisa... - e lhe contei tudo. Quando terminei, ela suspirou e disse:
- Você não vai deixar mesmo eu ir com vocês?
- Não, Amby.
- Mas não tem nada em que eu possa ajudar? – perguntou ela.
- Bem, agora que você falou... Acho que tem, sim.
- Sério? Como? – de repente, ficou mais animada.
- Olha. Você pode nos ajudar durante a viagem. Posso fazer Colapsus e perguntar alguma coisa que eu precisar saber. Então, você aceita?
- Sim, é claro! Obrigada, Safí! – ela exclamou, me abraçando.
- De nada! – e ouvi o sinal tocar. – Agora, vem, vamos para a aula!
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Desculpa!!! Tenho estado muito ocupada, mas agora nas férias vou conseguir postar com mais frequência e compensar o tempo que fiquei sem postar. Aproveitem, porque semana que vem tem mais! Bjs, Carol =D

Capítulo 10 = Fazendo planos


Acordei me sentindo descansada. Olhei para o despertador e percebi que acordara duas horas mais cedo que o normal. Tentei voltar a dormir, mas não consegui e, por fim, me levantei. Olhei para Max, que estava deitado aos pés de minha cama. Não acordara ainda. Então, me vesti e desci para a cozinha.
Como não encontrei ninguém, preparei meu café da manhã e comecei a comer. Fiquei pensando em como arranjar os ingredientes. Não precisava me preocupar com as raízes de mandrágora nem com as lágrimas de fênix, pois eu as havia encontrado no sótão.  As gotas de sangue, eu poderia pegar de Sam e Jú. Mas o resto, eu não tinha ideia de onde encontrar.
Terminei o lanche e resolvi ir para a biblioteca. Precisava descobrir onde achar os outros ingredientes.
Entrei no sótão, peguei minha varinha e a bati, dessa vez de leve, na parede.
A parede brilhou e se abriu. Entrei e comecei a procurar.
Peguei o livro Seres Mágicas e comecei a folheá-lo. Comecei pelas garras de dragão e descobri que na China havia um lugar que os feiticeiros chamam de Caverna do Dragão, conhecida como Monte Everest. Anotei na cópia da receita da poção.
2 garras de dragão (Caverna do Dragão ou Monte Everest – China)
Depois de algum tempo procurando, descobri que acharia o bafo de múmia na Tumba de Nefertari, no Egito; os vermes do rio no rio Lena, na Rússia; e os pêlos de nariz de duende na aldeia deles, que ficava no fim do arco-íris.
Percebi que ainda faltavam duas coisas, e uma delas era o coração de quimera, que não era nada fácil de encontrar. Na aula de Criaturas Mágicas, soube que só existiam 5 ou 6 no mundo! Então tive uma ideia. Peguei minha varinha e murmurei:
- Colapsus! Sr. Hermes!
Uma fumaça saiu da ponta da minha varinha e se acumulou em minha frente. Ela começou a se moldar, até que me vi olhando para meu professor de Criaturas Mágicas.
- Olá, Safíra. Como vai?
- Eu vou bem. E o senhor?
- Estou bem.
- Professor, estou em dúvida em uma coisa.
- Pergunte, querida.
- Onde posso achar uma quimera – e então me lembrei do outro ingrediente que faltava e acrescentei – e um chifre de minotauro?
A pergunta pareceu pegá-lo de surpresa. Ele piscou, desorientado, mas depois assumiu um expressão desconfiada.
- Por que a pergunta, Safíra?
- Apenas curiosidade.
Ele me olhou e, mesmo seu rosto sendo de fumaça, senti a intensidade de seu olhar. Não desviei, pois era um teste. Ele queria saber se eu falava a verdade ou não. Por isso sustentei seu olhar até ele ter certeza do que queria.
Quando ele se deu por satisfeito, disse:
- O único lugar onde você pode encontrar uma quimera é na Islândia. E o chifre de minotauro...bem, os minotauros desapareceram há 2 mil anos atrás, mas existe um feiticeiro que possui o chifre de um deles. Seu nome é Morlogol, e ele é um feiticeiro com o qual você não vai querer se meter! Domina o mais forte nível de magia negra e guarda o chifre como sua joia mais rara.
- Ah...ta. Entendi. Obrigada pela ajuda, Sr. Hermes.

- Não há de que, Safíra, e não se esqueça de fazer a pesquisa que eu passei para hoje!
A pesquisa! Droga!
Ele percebeu minha expressão e riu, e a fumaça se dissipou.
- Um feiticeiro que domina o mais forte nível de magia negra! – sussurrei, sem fôlego. – Esta busca está se tornando cada vez mais impossível!
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- Ele domina o mais forte nível, e eu não sei vencer nem o médio!
Jú e Sam se entreolharam. O sinal para subir para a aula ainda não tocara, e estávamos sentados debaixo da Árvore.
- Quem sabe o que pode acontecer até você ter que enfrentá-lo, Safí? – falou Sam.
- Não se preocupe. Vai dar tudo certo! – disse Jú.
- Mas a cada dia essa busca fica mais perigosa, e não quero envolver vocês nisso!
- Tarde demais! Já estamos envolvidos até o pescoço!
- Sabemos nos virar, Safí! Além disso, temos você ao nosso lado! Quero ver algum monstro se aproximar!
O comentário de Sam me fez rir, e eles se juntaram a mim.
- Mas e os seus pais? Nunca deixariam vocês saírem pelo mundo enfrentando monstros. Meus pais deixarão, pois é meu dever como feiticeira consertar essa besteira que fiz, mas e os seus?
- Você podia fazer um feitiço para que eles deixassem ou coisa parecida... – sugeriu Jú.
- É...pode ser – concordei.
Então um grupo de garotas passou por nós e elas nos olharam e começaram a cochichar e dar risadinhas.
Senti meu rosto ferver.

- Temos uma semana para nos preparar para a busca - eu disse. - Por que tenho certeza de que não vou aguentar mais tempo ouvir essas conversinhas e risadinhas sem causar nenhum desastre!
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Gostaram? Sinto muito mesmo pela demora! Tenho andado ocupada demais esses dias. Muitas provas, tarefas... Já foi difícil arranjar tempo para postar essa capítulo, então já vou dizendo que talvez demore um pouco para postar o próximo. Mas prometo que vou postar assim que conseguir! Talvez não mais semanalmente, mas vou continuar. Não vou parar! Bjs, Carol  *-*