terça-feira, 29 de março de 2011

Capítulo 5 = O desastre que mudou minha vida

Olhei de Jú para Sam e baixei os olhos. Eu tinha que encarar os fatos. Meus amigos sabiam que eu estava escondendo alguma coisa e que era algo muito importante. Eles me contavam tudo, todos os seus segredos – ilusão minha. Tínhamos combinado uma vez que nunca esconderíamos nada uns dos outros, mas eu nunca cumprira a esse combinado. Pelo contrário, toda a minha vida era uma ilusão para eles, pois eu mentira para os dois desde o momento em que dissera que eu era como eles. Eu havia mentido sobre quase tudo. Sobre minha família, sobre meus compromissos, sobre minha vida. Sobre o que sou. Eu não gostava de mentir, pelo contrário, eu odiava! No entanto, mentir era o que eu mais tinha feito desde que soube quem eu era. Desde que soube o que eu era.
Porém, é necessário, Safí, a voz de Max soou em minha cabeça.
Olhei para os dois. Eles eram meus melhores amigos. Eu confiaria a eles a minha vida. Essa foi um das únicas coisas que eu havia dito a eles e que não era mentira: que são muito importantes para mim.
Então, tomei minha decisão. Eu os conhecia muito bem – pelo menos era o que achava. E eles tinham direito de me conhecer também.
- Olha, vou contar uma coisa a vocês, mas precisam prometer que não vão contar a ninguém!
Os dois se entreolharam, e vi um brilho no olhar dos dois, que na hora não identifiquei. Depois olharam pra mim e assentiram.
Suspirei, e comecei a explicar:
-Desde que nos conhecemos, tenho mentido para vocês sobre o que eu realmente sou. Por mais que pareça, não sou como vocês. Não sou como ninguém nessa escola.
Sam franziu a testa.
-Como assim?                   
- Não sou humana.
- Claro que não é! Isso já não ficou óbvio?
A voz estridente de Anna penetrou em meus ouvidos. Então, me virei e vi que ela se aproximava.
- O que você quer dizer com isso? – perguntei, meus olhos faiscando de raiva.
- Você é uma idiota, Safíra. Admita.
- Não tanto quanto você, Anna. Agora você pode me dar licença? Tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar discutindo com uma menina chata e arrogante como você – meus amigos se levantaram e nós começamos a ir embora quando Anna disse:
- Você é idiota mesmo, Safira. Igual aquele formigueiro que você chama de família.
Fiquei com muita raiva. Ela podia zombar o que eu visto, podia me xingar, mas ninguém –e digo ninguém mesmo- tirava onda com a minha família, e ainda por cima, pra mim!
Acalme-se, Safí! Ela só está dizendo isso pra te provocar!,ouvi a voz de Max.
- Retire o que disse, Anna – ouvi Jú ameaçar, sua voz fria como gelo.
- E dê o fora! – sibilou Sam, os olhos quase pegando fogo.
Mas Anna os ignorou completamente.

- O que foi, Safíra? O gato comeu sua língua? – vendo que eu não respondi, acrescentou – Você é uma desprezível, mesmo, assim como seus amigos.
A raiva e o ódio fervilhavam juntos dentro de mim. Ela não ia se safar dessa vez. A voz de Max implorava para eu me acalmar, mas eu o ignorei completamente.
- Vou te ensinar uma coisinha, Anna, que acho que você ainda não aprendeu. Anota aí, bem grande pra você não esquecer: Quem mexe com fogo, SE QUEIMA!

Enfiei minha mão no bolso da calça e tirei de lá minha varinha. Percebi que uma roda de alunos tinha se formado em torno de nós e me olhavam, assustados, assim como Jú e Sam. Mas não me importei. Estendi minha varinha em direção a Anna e gritei:
- Raisen corene!
Minhas mechas começaram a brilhar, e uma luz azul saiu da ponta de minha varinha e a envolveu. Ela começou a gritar. De repente, a luz cessou e, no lugar de onde ela estivera, um sapo coaxava.
Todos olharam horrorizados, de mim para Anna. Só então percebi a gravidade do meu erro. Agora todos os feiticeiros estavam correndo o risco de serem descobertos, por minha culpa! Lágrimas lutavam para cair, mas eu as segurei com força. Vi que a maioria dos alunos saiu correndo, gritando, e que os mais atrevidos se aproximavam, curiosos.
Sem pensar, apontei minha varinha para todos os alunos e gritei:
-Gare heeldvig! - e todos, assim como os que estavam correndo, congelaram.
Não aguentei mais e as lágrimas começaram a escorrer furiosamente por meu rosto, e sai correndo. Ouvi meus amigos me chamando - havia me esquecido deles-, mas eu os ignorei.
Meu único pensamento era: minha vida acabou!
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E aí? Gostaram da surpresa? Quero dedicar esse texto à duas pessoas: ao meu amigo Leo, que me deu a ideia de colocar desenho nos post mais interessantes, e minha amiga Tatah, que fez esse desenho maravilhoso. Valeu mesmo, gente! E eu gostaria de indicar 3 blogs, que pertencem às minhas amigas, para vocês entrarem e curtirem: 
Já li e gostei muito deles, e acho que vocês vão gostar também.
Continuem lendo, pois logo vou postar o próximo capítulo. Bjs, Carol =9


terça-feira, 22 de março de 2011

Capítulo 4 = A suspeita

Saímos para o recreio. Chegamos ao pátio e fomos em direção do que chamamos de “A árvore”, que é um degrau que fica debaixo de uma árvore, de frente para as quadras.
Nos sentamos e Jú comentou:
- O jogo de ontem foi demais! E como sempre, Yankees ganhou!
- Foi mesmo – concordou Sam. – Que pena que você não pode ver, Safí. Mas você não vai perder os próximos, vai?
Não respondi.
- Safí? – chamou Jú.
- Terra chamando Safira – disse Sam, chacoalhando a mão na frente do meu rosto. – Você está bem?
Ouvi a voz de Max em minha cabeça, dizendo Safira, acorde! Você não pode fazer isso aqui! e percebi que tinha feito aquilo de novo. O que é isso? Não se preocupe, vou explicar. Todos nós estamos sempre pensando em alguma coisa. E, às vezes, fixamos nosso pensamento em algo e ficamos pensando naquilo por algum tempo, não é? Com os feiticeiros, é um pouco diferente. Quando estamos pensando em algo que...como eu posso dizer...ocupa nossa mente, nos desligamos do mundo, e demoramos para voltar para a realidade, pelo menos por conta própria. Mas a pior parte é que fazemos isso sem perceber! Meus pais já haviam me alertado várias vezes sobre eu ter cuidado para não fazer isso na frente dos humanos, porque eles podiam perceber e suspeitar de que havia algo errado. Percebi que era exatamente isso que tinha acontecido ao notar o olhar que meus amigos me lançavam.
- Safira? Está tudo bem? – Jú perguntou, a voz suave.
Olhei para meus amigos e fiquei encarando-os pelo que me pareceu séculos. Não me pergunte o porquê disso, pois eu também não sei. Acho que foi a TPMT.
Quando percebi o que estava fazendo, pisquei e balancei a cabeça.
- Hã? O quê? Sim...estou bem...
- Não parece! O que houve, Safí? Pareceu que você se desligou do mundo, literalmente – disse Sam.
- É, você parecia...não sei... diferente. Seus olhos escureceram. Pareciam dois buracos de negros... – a voz de Jú começou a falhar.
- ...vazios – completou Sam. – Foi como se... se você tivesse deixado seu corpo por um momento. Foi muito estranho!
- O que aconteceu, Safí? – indagou Jú, desconfiada. - O que está escondendo?
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E aí? Gostaram? Espero que sim. Olha, gente, quero avisar que vai ter uma surpresa junto do capítulo de semana que vem. O que é? Vocês vão ver. Até logo! Bjs, Carol =3 

terça-feira, 15 de março de 2011

Capítulo 3 = Um começo quase normal



Terminei de comer, peguei minha mochila e fui para a sala esperar por Ruby e minha mãe. Max já estava lá e, percebendo minha expressão preocupada, perguntou:
- O que houve, Safí?
- Bem...é que estou um pouco preocupada com o que minha mãe me falou sobre meus poderes. Não quero fazer nenhuma burrice que acabe nos entregando.
- Você só tem que tomar cuidado, Safí, para não deixar que suas emoções te dominem. Se você for cuidadosa, não irá acontecer nada. Mas não se preocupe, qualquer coisa, te dou um toque.
Senti-me um pouco mais tranquila. Max fica sempre dentro da minha mochila quando vou à escola. Mas não se preocupe, pois ninguém descobre. Se alguém abrir minha mochila, só vai ver livros e o meu estojo. Não vai perceber que tem um cachorrinho lá dentro. Como ele faz isso? Magia.
- Valeu mesmo, Max.
- Amigos são para isso, não são?
Então minha mãe e Ruby desceram, e entramos no carro. No caminho, minha mãe relembrou que eu devia tomar cuidado e blábláblá. Quando chegamos a Goode High School, Max entrou em minha mochila e desci, acompanhada por minha irmã. Ruby também estuda na Goode, mas está na 3° série e eu, na 7° série. Minha mãe nos beijou na testa e me disse, sorrindo:
- Juízo, hein?
- Pode deixar, mãe.
- Cuida bem dela, Max.
- Deixa comigo, Diamante! – a voz veio de dentro da minha mochila.
Ela entrou no carro e foi embora.
Ruby foi para junto das amigas e eu parei o meu armário para deixar os livros que eu não ia usar. Senti alguém se aproximando –uma habilidade que tenho- e ouvi uma voz atrás de mim:
- Bom dia, Safi.
Virei-me e dei de cara com meus dois melhores amigos: Juliana e Sam.
-Bom dia, Jú. Bom dia, Sam. E aí? Novidades?
- Você viu o jogo ontem? Yankees versus Red Sox – perguntou Sam.
- Não, não consegui ver. Quem ganhou?
- Yankees, é claro! Não ia dar mole para os Sox, né? – exclamou ele.
- Claro que não! – e bati na mão estendida dele.
- Como foi que você não viu, Safi? Foi a semifinal! O que você estava fazendo de tão importante que não conseguiu ver? – perguntou Juliana.
“Treinando um feitiço de invisibilidade”, eu queria responder. Mas não podia. Meus amigos não sabiam que eu era uma feiticeira e, por enquanto, não deveriam saber.
- Eu estava com minha avó – respondi, o que tecnicamente falando era verdade, porque era ela que estava me ensinando.
- Você não sabe o que perdeu. Foi um jogo incrível!
Sorri e fomos andando até a sala, com os dois me contando os detalhes do jogo. Quando chegamos à porta da sala, ouvi a voz que eu odiava ouvir:
- Olha só o que temos aqui! Eu não sabia que estávamos tendo um concurso de idiotas mal vestidos na escola. Essa seria a única coisa em que eu perderia de vocês, porque sou linda e visto roupas decentes!
Era Anna, a menina mais chata de face da Terra. Só não era pior do que Topázio, que era a versão mágica dela – uma feiticeira muito, muito irritante. Ela vivia implicando com Jú, Sam e eu. Não me pergunte por quê.
Reparei que nós três estávamos usando roupas normais e que ela é que estava cafona. Parecia ter se vestido para ir ao Carnaval, que ainda demoraria a acontecer. Ela estava usando uma calça jeans apertadíssima – eu me surpreendia que a circulação do sangue da perna dela ainda não tivesse parado - e uma blusa de lantejoulas rosa choque. Uma palavra a definia: ridícula. De repente tive uma ideia. Cruzei os braços e, disfarçadamente, apontei minha mão direita para ela. Vi Bill, um menino da minha classe, passar comendo um cachorro quente com, para a minha felicidade, muita mostarda e ketchup. Você já deve ter adivinhado o que eu ia fazer. Quando o garoto estava passando do lado de Anna, sussurrei o mais baixo possível:
- Mitchten!
Só para ver a cara que Anna fez quando o cachorro quente foi parar na blusa dela, deixando-a toda suja de ketchup e mostarda, eu pagaria uma boa grana. Senti Max estremecer em minha mochila.
- Seu idiota! – ela gritou para o pobre Bill, que não entendeu como seu cachorro quente, de repente, voou de suas mãos.
Enfiei a mão no bolso e estendi um dólar para ele.
- Pega, Bill. Assim vai poder comprar outro na cantina.
Ele pegou o dólar e disse:
- Obrigado, Safí - e saiu.
Olhei para Anna e disse:
- Podemos até estar cafonas, mas pelo menos não estamos parecendo um cachorro quente ambulante - e fomos nos sentar, rindo.
Deixei minha mochila no chão e nos sentamos cada um em cima de uma mesa – um costume que temos - e começamos a conversar.
- Nossa, foi muito azar o sanduíche do Bill cair justo na blusa dela – comentou Jú, rindo.
- É, mas foi bem merecido!  - concordou Sam.
- Com certeza!
Eu estava feliz que meu feitiço tivesse dado certo e aliviada que todos tenham acreditado que tudo foi pura coincidência. Nesse momento, a voz de Max soou em minha cabeça. “Sáfíra!”, chamou ele. Era um poder que ele tinha, mas que exigia muito dele. Então eu disse para meus amigos:
- Vou ao banheiro. Já volto!
E sai da sala com a minha mochila. Entrei no banheiro e suspirei aliviada quando percebi que estava vazio. Apoiei minha mochila na pia, abri o zíper e vi a carinha preocupada de Max.
- Safí, você não devia ter feito isso! Você sabe que os feitiços com as mãos são mais difíceis. Poderia ter feito alguma bobagem!
- Mas não fiz! Sinto muito, Max, mas ela bem que mereceu. Da próxima vez, tento me controlar. Todos pensaram que foi um acidente, então está tudo bem!
- Mas não foi! Você e eu sabemos disso. Tente controlar-se.
- Tá bom! Pode deixar, Max - e ouvi o sinal tocar. – Agora vamos que já vai começar a aula.
Fechei o zíper, peguei minha mochila e sai correndo. Entrei na sala e vi que a sra. Marshall já tinha chegado. Ela é minha professora de história. Quando cheguei, ela tirou os olhos da lousa e olhos para mim, e vi uma expressão de interrogação em seu rosto.
- Desculpe pelo atraso, sra. Marshall – eu disse, recuperando o fôlego perdido na corrida.
- Não se preocupe, querida. Acabei de chegar. Está tudo bem? –me perguntou.
- Está sim – respondi.
- Ótimo. Então, sente-se. Eu estava explicando sobre a Revolução Francesa...
Fui para meu lugar e me sentei. Ela explicou sobre a situação da França no século XVIII, a Queda da Bastilha e quem eram os iluministas. Tocou o sinal e a sra. Marshall foi embora e ficamos esperamos a sra. Williams chegar. Nesse meio tempo, Jú se aproximou de mim e comentou:
- Ai, que bom que acabou! Viajei a aula inteira!
- Eu quase dormi! – disse Sam, se aproximando. - Não aguentava mais ouvir a ela falando sobre girondinos e jacobinos!
- Eu não. Achei a aula interessante, principalmente a parte da guilhotina! – falei. Eu gostava de história. Preferia a história da magia, mas a história normal também me interessava. A verdade é que estávamos fazendo uma revisão de tudo o que já víramos desde a 5° série, para terminar o ano, e sempre gostei dessa matéria.
- É...tão interessante que eu quase pude ouvir os roncos da turma inteira! – zombou Sam, irônico.
- Safí, às vezes eu achou que você não é normal! – comentou Jú.
“E você nem imagina o quanto tem razão!”, pensei.
- Alguém pode me explicar por que temos que aprender sobre uma coisa que aconteceu há três séculos?! –perguntou Sam, revoltado.
Nisso, a sra. Williams, professora de Português, chegou e nos explicou sobre paráfrase e citação, também revisão. Depois dela tivemos aula de matemática, onde o sr. Taylor falou sobre equações de segundo grau. E finalmente tocou o sinal, indicando que era hora do recreio. Levantei e nós três fomos para o pátio.
Eu não estava tão feliz quanto normalmente ficaria na hora do recreio, porque eu tinha o péssimo pressentimento de que algo muito, muito ruim aconteceria. Algo que faria minha vida mudar para sempre.

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E aí? Gostaram? Bem grande esse capítulo, né? Aproveitem, pois semana que vem posto o próximo! Não percam! Bjs, Carol 8-D

quarta-feira, 9 de março de 2011

Capítulo 2 = A conversa que deu o alerta

Tudo começou numa manhã, quando o despertador começou a apitar num volume que seria capaz de estourar os tímpanos. Eu não gostava nem um pouco dele, mas meus pais insistiam em deixa-lo no meu quarto. Embora sabendo o que aconteceria, eu o desliguei e voltei a dormir. Não passou nem 10 segundos e ele voltou a tocar. Cobri minha cabeça com meu travesseiro, tentando abafar o som. Sem sucesso. Então, novamente o desliguei e adormeci. E, de novo, ele apitou. Esses são os despertadores mágicos, ficam tocando até você acordar. Eles são o pesadelo dos preguiçosos, como eu. Você tem sorte de não ter um. Percebendo que não adiantava insistir, me levantei e fui ver o que eu ia vestir para ir à escola normal.
Estudo em duas escolas. A Goode High School, uma escola de humanos, que fica aqui, em Manhattan, e a Magia High School, uma escola de feiticeiros, que fica no Reino da Magia. Temos que abrir um portal para podermos ir para lá.
Fui olhar no meu guarda-roupa e, assim que eu o abri, roupas começaram a voar do armário e formaram uma roda ao meu redor, esperando qual eu ia escolher. Por fim, peguei uma calça jeans e uma blusa azul. Coloquei meu tênis, penteei meu cabelo, peguei minha varinha e apontei para a cama, que por sinal estava uma bagunça.
- Arrumallus – murmurei, e a cama se arrumou sozinha.
Depois, guardei minha varinha em um bolso escondido na calça. Você deve estar pensando que as pessoas vão conseguir notar ou que a varinha pode cair, mas não. É um bolso enfeitiçado. Ela fica guardada e não se nota nenhum volume. Simples, não é?
Então desci a escada pelo corrimão – um hábito que criei - e fui tomar o café da manhã. Cheguei à cozinha e vi que minha mãe, minha irmã e Max já estavam comendo. Meu pai já devia ter saído e minha avó devia estar na feira, pois ela sempre insistia em fazer feira, mesmo que não precisasse - dizia que era para relaxar.
– Bom dia, filha – disse minha mãe.
– Bom dia, mãe – respondi e sentei a mesa.
Estava terminando de comer meus ovos mexidos quando minha mãe disse:
- Safíra, tenho que conversar com você – e olhando para Ruby e Max, acrescentou – a sós.
- Ah...acabei de lembrar que tenho que...ver como estão...as mandrágoras! É, as mandrágoras. Você vem me ajudar, Ruby? – gaguejou Max.
- Tenho mesmo que ir? – ela resmungou. - Não estou nem um pouco a fim de mexer com aquelas plantas...tá! Estou indo! – acrescentou minha irmã, quando Max começou a puxá-la pela calça.
Quando os dois saíram para o quintal, minha mãe fixou os olhos em mim. Eram olhos penetrantes, do tipo que davam impressão de verem através de você. De repente, me senti nervosa. O que será que eu tinha feito de errado dessa vez? Repassei a semana em minha cabeça. Eu não tinha transformado Topázio em um duende – uma feiticeira chata da Magia High School -, nem implicado com a Anna, uma garota irritante da Goode High School – pelo menos não mais que o normal, é claro. Não, não me lembrava de ter feito nada de errado. Então, sobre o que ela queria conversar?
Como se tivesse lido meus pensamentos, o que ela obviamente fez­ – esse é um dos poderes da minha mãe - ela sorriu e disse:
- Não, Safíra, você não fez nada de errado, pelo menos por enquanto – ela acrescentou cautelosa. – É que tenho que falar com você sobre uma fase que toda a feiticeira, ao completar 14 anos, como você completou ontem, passa. É a TPMT.
Minha mãe deve ter visto o enorme ponto de interrogação em cima de minha cabeça, porque depois me explicou que TPMT é Tensão Pré-Magia Total, que é uma fase em que os poderes da feiticeira ficam mais fortes e, por isso, descontrolados, até que ela consiga aprender a dominá-los, e, acredite, isso não é nada fácil!
- E, de agora em diante, você vai ter que se controlar, tomar cuidado, mais do que nunca, para não tomar reações impulsivas e, sem querer, transformar algum colega em um sapo ou em outro ser.
E não é que foi isso que aconteceu? ___________________________________________________________________________________________________
E aí? O que acharam? Esse já foi maior. Mas vai ser assim mesmo. Algum maiores, outros menores...mas o que importa não é o tamanho, mas sim o conteúdo, e espero que estejam gostando! Até semana que vem, gente! Bjs, Carol =B 







quinta-feira, 3 de março de 2011

A vida secreta de uma feiticeira adolescente - Capítulo 1 = Me apresentando

    Olá, meu nome é Safíra Dark. Sou uma garota americana que mora em Manhattan. Mas não uma garota comum...sou uma feiticeira! De verdade, pode acreditar. E não sou a única. Minha família também, os Dark. E não só os Estados Unidos, mas também o mundo inteiro é cheio de feiticeiros. É bem provável que seu melhor amigo ou amiga tenham poderes.
Minha avó, Esmeralda, é uma grande feiticeira, uma das mais poderosas do Reino da Magia. Mas, fora isso, ela é bem parecida com as outras avós, porque sempre conta para minha irmã e eu histórias incríveis e faz bolos que são uma delícia. Minha mãe também faz, mas os da minha avó são melhores. Vovó tem cabelos brancos curtos com mechas fracas no tom de verde, a mesma cor de seus olhos.
Minha mãe se chama Diamante. Ela é muito linda, tem longos cabelos castanhos com algumas mechas mais brilhantes, e olhos da mesma cor. Parece mágico. Ela é alta e sempre me ajuda quando preciso estudar tanto magia quanto matérias normais. Ela é divertida e sempre consegue me animar quando estou deprimida.
Tenho também uma irmã mais nova. O nome dela é Ruby. Ela não é muito alta, tem cabelos castanhos avermelhados e adora me irritar e vice-versa. Vivemos implicando uma com a outra, quase enlouquecendo nossos pais. Teve uma vez que os dois fizeram um feitiço para nossas vozes sumirem como castigo, e ficamos assim por cinco horas, até eles resolverem nos devolvê-las. Apesar disso, eu e Ruby somos grandes amigas, e sempre podemos contar uma com a outra.
 Bom, a essa altura você já deve ter percebido que todas nós - eu, minha mãe, minha avó e minha irmã- temos nomes de pedras. Mas isso é comum entre as feiticeiras. Tanto que temos mechas da cor das pedras que nos nomeiam. Eu tenho mechas azuis porque me chamo Safíra, que é uma pedra azul. Minha avó se chama Esmeralda, portanto, tem mechas verdes. Minha mãe tem várias mechas brilhantes, porque seu nome é Diamante, e minha irmã tem mechas vermelhas, porque se chama Ruby, entendeu? Os feiticeiros não têm isso. Meu pai, por exemplo, se chama Will, e tem cabelos castanhos normais, sem mecha alguma. Ele é muito inteligente, engraçado e adora beisebol. Você pode perguntar qualquer coisa a meu pai que ele sabe. Nos jogos, sempre vamos eu, ele, minha irmã e meus dois melhores amigos, Juliana e Sam.
Para completar a família, tem o meu cachorrinho, Max. Ele é branco, com algumas manchas cinza, tem orelhas caídas e grandes olhos escuros. Mas não se deixe enganar, porque ele sabe falar, pode correr na velocidade da luz, voar, é poliglota - entende todos os animais - e é muito inteligente, além de ser muito fofo também. É um grande amigo e sempre está ao meu lado.
Falando em amigos, tenho muitos, alguns antigos, outros mais novos. Mas meus dois melhores amigos não são humanos. Descobri isso há pouco tempo, e foi da maneira mais difícil...Tudo por causa de uma grande besteira que eu fiz. Mas vamos começar pelo início...
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Por enquanto, é isso, gente. Esse foi o primeiro capítulo, pra vocês conhecerem a família de Safíra. Semana que vem posto o próximo. Fiquem ligados! Se tiverem alguma pergunta, podem fazer. Bjs, Carol ;D