Tudo começou numa manhã, quando o despertador começou a apitar num volume que seria capaz de estourar os tímpanos. Eu não gostava nem um pouco dele, mas meus pais insistiam em deixa-lo no meu quarto. Embora sabendo o que aconteceria, eu o desliguei e voltei a dormir. Não passou nem 10 segundos e ele voltou a tocar. Cobri minha cabeça com meu travesseiro, tentando abafar o som. Sem sucesso. Então, novamente o desliguei e adormeci. E, de novo, ele apitou. Esses são os despertadores mágicos, ficam tocando até você acordar. Eles são o pesadelo dos preguiçosos, como eu. Você tem sorte de não ter um. Percebendo que não adiantava insistir, me levantei e fui ver o que eu ia vestir para ir à escola normal.
Estudo em duas escolas. A Goode High School, uma escola de humanos, que fica aqui, em Manhattan, e a Magia High School, uma escola de feiticeiros, que fica no Reino da Magia. Temos que abrir um portal para podermos ir para lá.
Fui olhar no meu guarda-roupa e, assim que eu o abri, roupas começaram a voar do armário e formaram uma roda ao meu redor, esperando qual eu ia escolher. Por fim, peguei uma calça jeans e uma blusa azul. Coloquei meu tênis, penteei meu cabelo, peguei minha varinha e apontei para a cama, que por sinal estava uma bagunça.
- Arrumallus – murmurei, e a cama se arrumou sozinha.
Depois, guardei minha varinha em um bolso escondido na calça. Você deve estar pensando que as pessoas vão conseguir notar ou que a varinha pode cair, mas não. É um bolso enfeitiçado. Ela fica guardada e não se nota nenhum volume. Simples, não é?
Então desci a escada pelo corrimão – um hábito que criei - e fui tomar o café da manhã. Cheguei à cozinha e vi que minha mãe, minha irmã e Max já estavam comendo. Meu pai já devia ter saído e minha avó devia estar na feira, pois ela sempre insistia em fazer feira, mesmo que não precisasse - dizia que era para relaxar.
– Bom dia, filha – disse minha mãe.
– Bom dia, mãe – respondi e sentei a mesa.
Estava terminando de comer meus ovos mexidos quando minha mãe disse:
- Safíra, tenho que conversar com você – e olhando para Ruby e Max, acrescentou – a sós.
- Ah...acabei de lembrar que tenho que...ver como estão...as mandrágoras! É, as mandrágoras. Você vem me ajudar, Ruby? – gaguejou Max.
- Tenho mesmo que ir? – ela resmungou. - Não estou nem um pouco a fim de mexer com aquelas plantas...tá! Estou indo! – acrescentou minha irmã, quando Max começou a puxá-la pela calça.
Quando os dois saíram para o quintal, minha mãe fixou os olhos em mim. Eram olhos penetrantes, do tipo que davam impressão de verem através de você. De repente, me senti nervosa. O que será que eu tinha feito de errado dessa vez? Repassei a semana em minha cabeça. Eu não tinha transformado Topázio em um duende – uma feiticeira chata da Magia High School -, nem implicado com a Anna, uma garota irritante da Goode High School – pelo menos não mais que o normal, é claro. Não, não me lembrava de ter feito nada de errado. Então, sobre o que ela queria conversar?
Como se tivesse lido meus pensamentos, o que ela obviamente fez – esse é um dos poderes da minha mãe - ela sorriu e disse:
- Não, Safíra, você não fez nada de errado, pelo menos por enquanto – ela acrescentou cautelosa. – É que tenho que falar com você sobre uma fase que toda a feiticeira, ao completar 14 anos, como você completou ontem, passa. É a TPMT.
Minha mãe deve ter visto o enorme ponto de interrogação em cima de minha cabeça, porque depois me explicou que TPMT é Tensão Pré-Magia Total, que é uma fase em que os poderes da feiticeira ficam mais fortes e, por isso, descontrolados, até que ela consiga aprender a dominá-los, e, acredite, isso não é nada fácil!
- E, de agora em diante, você vai ter que se controlar, tomar cuidado, mais do que nunca, para não tomar reações impulsivas e, sem querer, transformar algum colega em um sapo ou em outro ser.
E não é que foi isso que aconteceu? ___________________________________________________________________________________________________
E aí? O que acharam? Esse já foi maior. Mas vai ser assim mesmo. Algum maiores, outros menores...mas o que importa não é o tamanho, mas sim o conteúdo, e espero que estejam gostando! Até semana que vem, gente! Bjs, Carol =B
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