terça-feira, 23 de agosto de 2011

Capítulo 16 = Rumo à Islândia


Decidimos que o primeiro ingrediente que procuraríamos seria o coração de quimera, por isso fomos para a Islândia. A primeira coisa que reparei quando chegamos lá foi o vento, que me fez tremer, apesar da capa de lã e do sol.
Olhamos em volta e nos vimos em uma cidade com poucas casas e construções. Estávamos em Keflavík, a sexta maior cidade da Islândia.
- Colapsus! Âmbar!
Apertei mais a capa de lã à minha volta e perguntei a minha amiga:
- Onde exatamente podemos encontrar as quimeras?
- Segundo esse livro, na capital Reykjavik, que fica na margem sudoeste da Islândia, na Baía de Crina. Lá, vocês devem ir ao Monte Esja, que é um vulcão, hoje inativo. Ela mede 914 metros de altitude e se estende ao longo de Kjalarnes. Acha que já consegue se teletransportar?
- Já. Obrigada, Amby.
- De nada. Boa sorte - e seu rosto sumiu.
- Agora já sei para onde temos que ir – contei a meus amigos. - Mas vamos explorar um pouco esse lugar.
Os três concordaram e começamos a andar pela cidade. Era um lugar bonito. Algo que reparei foi que não vi nenhum negro. A população era inteiramente branca, o motivo pelo qual Jú se destacava, porque tinha a pele mais escura.
- Safí, que língua eles falam aqui? – ela indagou.
- Islandês, inglês e dinamarquês. Pelo que eu estudei, falam também alemão, norueguês e sueco.
- Caramba! Aqui tem língua de tudo quanto é lugar! – comentou Sam.
- Com certeza! – concordou Jú.
Reparei que Max estava muito quieto e olhei para ele. Max olhava fixamente para frente.
Resolvi por em prova uma habilidade que ele me ensinara: conversa por pensamento.
Terra chamando Max! Você está bem?
Hã? Safí? O que houve?
Eu é que pergunto!
É que...eu estava tentando fazer telepatia com as quimeras, mas estamos muito longe.
Ah, entendi.
- Gente, está ficando tarde. Vamos parar em algum lugar para comer e depois ir encontrar as quimeras.
°°°
Depois de comer, nos teletransportamos para o topo Monte Esja. Era um vulcão bem alto, e se fôssemos escalá-lo, levaríamos dias, talvez semanas.
Chegamos lá e começamos a explorar.
- Safí, como é exatamente uma quimera? – perguntou Sam, curioso. – Que poderes ela tem, o que faz...?
- Bem, ela não é um monstro com quem você queira se meter. Ela solta fogo pelas narinas e a aparência dela é... – parei quando senti algo se aproximando. Virei-me e me vi frente a frente com uma quimera. -...é assim! Cuidado!
Abaixei-me quando ela expeliu fogo para cima de mim.
Eu estava cara a cara com um monstro de cabeça de leão, corpo de bode e rabo de serpente. Tinha também uma cabeça de dragão nas costas.
Jú olhava a quimera boquiaberta, e Sam a olhava confuso, com um brilho de admiração nos olhos. Max rosnava.
A quimera se virou a cabeça em nossa direção, os olhos fulminantes.
A busca nem começara direito e já estávamos enfrentando uma quimera! O que viria depois? Ogros? Dragões?
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Aqui está mais um. Espero que gostem! Bjs, Carol 8-3

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Capítulo 15 = Nunca gostei de despedidas


 Depois do que eu julguei alguns minutos, senti que alguém se aproximava –graças a minha habilidade- e me voltei para a entrada da biblioteca para ver quem era.
A parede se abriu e Max entrou, acompanhado por Jú e Sam. Mesmo que já tivessem visitado a biblioteca, os dois ficaram sem fôlego ao olhar as grandes estantes de livros. De repente, me senti um pouco irritada, me perguntando por que meus pais nunca haviam me falado sobre esse lugar, mesmo sabendo que eu adorava ler.
Respirei fundo e me controlei.
Os três caminharam em minha direção e Jú comentou:
- Esse lugar é incrível, não é?
- Aham – concordei. – Como me acharam?
- É fácil te achar, Safí. Sempre que você some, é porque está ou no sótão ou aqui. – explicou Max, simplesmente.
“Nota mental: Tentar não ser tão prevísivel!”, pensei.
- Você está aqui desde que horas? – indagou Sam.
- Eu acordei às 5h.
O garoto consultou o relógio.
- Você está aqui há uma hora. Não cansa de ler, né, Safí? – ele perguntou, sorrindo.
Retribuí o sorriso.
- Tenho mesmo que responder?
 - Não – e nosso sorriso se alargou.
Então Max se aproximou e declarou:

- Já está ficando tarde! Temos que ir! – e saímos da biblioteca. Chegamos à cozinha e vi que meus pais, minha avó e minha irmã esperavam sentados na mesa. Nunca gostei de despedidas, mas fui em direção a eles. Primeiro, encarei meu pai.
Percebi que ele tinha os olhos molhados, mas era de emoção. De orgulho.
- Boa sorte, filha! – ele exclamou, me pegando em um abraço de urso que achei que fosse quebrar minhas costelas. Depois de me soltar, continuou – Vai lá, querida! Faça aqueles monstros se arrependerem de terem entrado no seu caminho! Mostre que é uma feiticeira de verdade!
- Mas ainda não sou uma feiticeira de verdade, pai. Sou uma em treinamento. Não sou tão forte e...
- Eu e sua mãe não a deixaríamos ir se não confiássemos em sua capacidade. Você pode ainda ser uma em treinamento, mas é uma feiticeira, e uma muito boa, por sinal. Lembre-se: não demonstre medo diante das trevas, porque elas vão usar dele para acabar com você.
Não gostei muito ele ter dito isso.
- Quer dizer que não posso ter medo? – perguntei.
- Não, pois só os tolos não têm medo. Só o que te peço é para enfrentá-lo. Não deixar que ele te domine. Seja valente, pois quem tem a maior coragem é quem consegue enfrentar seus medos, ficar frente a frente com eles. E nunca se esqueça, Safíra: eu te amo muito!
- Também te amo, pai – e o abracei.
Então me virei para minha mãe. Percebi que ela também tinha água nos olhos.
- Filha, quero que saiba que tenho muito orgulho de você! – disse ela, me olhando nos olhos. E acrescentou – Está preocupada com sua luta com Morlogol, não está?
- É... – respondi. – Não se como ganhar uma luta dessas, mãe. Ele é muito poderoso! O professor Hermes disse que ele domina o nível mais forte de magia negra.
- Mas você já aprendeu várias técnicas de defesa contra as artes das trevas. Se unir tudo o que sabe, tenho certeza que você vai dar um jeito.
- Mas ele é um feiticeiro de magia negra, o ódio e o rancor fortalecem os poderes dele! Eu não vou ter chance!
- Basta você ter amor e felicidade no coração que as trevas se enfraquecem. Nunca desista, filha. Lute com a mente e o coração, e verá qual será o resultado. – Ela me encarou por alguns segundos e comentou – Minha garotinha cresceu tanto! Te amo muito, querida!
- Eu também, mãe! – Ela me beijou no rosto e me abraçou.
- Fique com isso, filha – e ela me deu uma capa de lã azul escura com um capuz. – Assim poderá se esquentar.
- Obrigada, mãe.
Prendi a capa no pescoço, e fui falar com Ruby.
- Vai fundo, cabelo azul! Acredito em você!
- É bom saber disso, pimentinha! Te amo! – e dei um beijo na bochecha dela.
- Também te amo, mana. Você pode me prometer uma coisa?
- Claro, garota. O que é?
- Me promete que você vai voltar?
Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Porque – ela continuou – se você não voltar, com quem eu vou poder implicar todo o dia?
Não consegui segurar uma risada, e ela sorriu.
- E então? Promete?
- Prometo, Ruby.
O sorriso dela se alargou, e me perguntei se eu conseguiria cumprir essa promessa.
Por último, falei com minha avó.
- Quase tudo o que eu ia dizer, seus pais já disseram, Safíra, mas ainda tem algo que quero te dizer. Confie em si mesma, porque se não confiar, quem poderá? – e acrescentou mais baixo, para ninguém ouvir. – Quanto aos seus amigos, acredite neles. Possuem um grande coração e estão dispostos a sofrer por você. Tente entender o lado deles da história, e não somente o seu.
- Ok, vó – respondi, confusa.
- E lembre-se: a ajuda vem dos lugares mais inesperados! Te amo muito, querida!
- Eu também!
Depois disso, passei pela porta da cozinha e fui para o quintal. Iria usar o teletransporte para seguir para o nosso primeiro destino. Notei que Jú e Sam também tinham ganhado capas de lã, a de Sam, verde, e a de Jú, marrom.
Peguei minha varinha e dei uma última olhada para minha casa e minha família. Não tinha certeza se conseguiria cumprir a minha promessa a Ruby. Não sabia se voltaria a vê-la de novo. Senti uma pontada no coração. Eu estava triste, mas enfrentaria as consequências dos meus erros e partiria. Combateria as trevas de cabeça erguida.
Senti duas mãos em meus ombros e algo puxando minha calça. Um sorriso brotou em meus lábios. Eu não estava sozinha. Tinha Max, Jú e Sam ao meu lado.
Então apertei a varinha e disse:
- Teleportus!
Senti a tensão das mãos de meus amigos, e Max se encostou em minha perna. Todos começamos a brilhar e desaparecemos.
Tente entender o lado deles da história, e não somente o seu.
O que minha avó quisera dizer com isso?
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Demorou mais chegou, né? kkkkkkkkk Obrigada a todos que leem minha história! Fico feliz de saber q  vcs estão gostando! Bjs, Carol 8-D

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Capítulo 14 = Uma última visita à biblioteca


Acordei com os primeiros raios de sol em meu rosto. Fiquei deitada por uns cinco minutos, olhando para o teto, com preguiça de levantar. Depois criei coragem, me sentei na cama e me espreguicei. Olhei para Max, dormindo aos meus pés, e para as duas camas no chão, onde dormiam Jú e Sam. Pensei em como tinha bons amigos, que me acompanhariam em uma busca perigosa como a que estávamos prestes a enfrentar e, novamente, me peguei questionando quem seriam Jú e Sam de verdade.
Quando percebi que estava meditando, pisquei e balancei a cabeça. Joguei o cobertor de lado e, tomando o cuidado de não acordar meus amigos, me levantei. Peguei minha varinha e murmurei:
- Dicafulus centapus! – e meu pijama se transformou em uma calça jeans - uma mais larga, por isso mais confortável - e uma blusa de manga curta branca, na qual estava escrita Magic town em vermelho e azul.
Resolvi ir à biblioteca para dar mais uma olhada em alguns livros. Para treinar o feitiço de teletransporte, eu o usei para chegar ao sótão.
- Teleportus!
Senti um vento em volta de mim e fechei os olhos. Quando o vento cessou, eu os abri.
Bati suavemente minha varinha em um bloco na parede e esta se abriu, revelando a biblioteca. Entrei e comecei a dar novamente uma olhada no livro Criaturas Mágicas. Queria relembrar algumas coisas que eu tinha aprendido sobre os seres do mundo mágico, porque eu poderia precisar dessas informações. Eu tinha Âmbar, mas não podia depender totalmente dela. Então me toquei de que tinha que confirmar com ela que viajaríamos hoje.
- Colapsus! Âmbar!
Saiu uma névoa da ponta da minha varinha, e ela tomou forma do rosto de minha amiga.
- Safí! E aí? Tudo pronto?
- Oi, Amby! Sim, está tudo pronto e...
- Peraí! Vou ter que desligar. Daqui a pouco te ligo - e seu rosto sumiu, sem esperar por minha resposta.
Quando estava começando a me preocupar com o que poderia ter acontecido, uma nuvem de fumaça apareceu em minha frente e tomou forma do rosto de Âmbar.
- Me desculpe, Safí. É que Topázio nos ouviu e perguntou o que já estava pronto. Depois, eu disse que não importava, e ela amarrou a cara, dizendo que vai descobrir o que estávamos aprontando, custe o que custar e saiu.
Mesmo nos dias de semana, os feiticeiros tinham aula. Mas quem morava no mundo dos humanos era dispensado delas. Legal, não?
- Sinto muito, Amby. Não queria te meter em encrenca...
- Você sabe que com Topázio por perto é quase impossível ficar longe de encrenca. Mas fica tranquila, Safí. Consigo me virar. O que você estava dizendo antes de eu te interromper?
- Eu só queria dizer que vamos partir hoje. Só para você não ser pega de surpresa caso precisemos de ajuda.
- Obrigada por se preocupar. Já estou preparada. Qualquer coisa, é só ligar.
- Ok. Valeu mesmo, Amby.
- Amigas são para isso, né? Boa viagem. Beijos.
- Obrigada. Beijos.
A fumaça se dissipou e eu voltei a ler.
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Aqui vai mais um, em compensação à demora! Bjs, Carol =3

Capítulo 13 = Os preparativos


No domingo à noite, eu me preparava para a viagem. No fim, meus pais me que tinham dado um jeito em relação aos pais de Jú e Sam, e que eles podeiam ficar em casa por algum tempo.
Arrumamos nossas camas, demos boa-noite para meus pais e fomos para meu quarto. Fechei a porta e me virei para encarar meus três companheiros de viagem: Jú, Sam...e Max. Ele insistiu que tinha que ir, para nos proteger do perigo, e você não imagina o quanto um cachorro falante pode ser teimoso. Acho que é por isso que os humanos não têm cachorros falantes. Cachorros que só latem são mais fáceis de cuidar.
- Vocês têm certeza de que querem participar dessa aventura comigo? Sabem o quanto vai ser perigoso! – falei, embora já soubesse a resposta.
Eu estava certa.
- Claro que vamos – os três responderam.
- Mesmo?
Eles assentiram.
- Estamos com você para o que der e vier, Safí! – afirmou Jú.
- Pode sempre contar com a gente! – ajuntou Sam.
- Pode mesmo! – concordou Max.
Não consegui conter um sorriso.
- Valeu mesmo, gente!
Combinamos mais algumas coisas sobre a viagem e Max disse:
- Agora vamos dormir, porque temos que estar descansados para os desafios que vamos enfrentar a partir de amanhã!
Concordamos e fomos nos deitar.
Em um poucos segundos, Max e Sam já tinham caído no sono. Eu fiquei acordada, pensando no dia de hoje e no que ainda iria acontecer, como sempre fazia antes de dormir. E comecei a meditar.
Então, não sei dizer como, a voz de Jú penetrou no me pensamento e me trouxe de volta para a realidade.
- Safí! – sussurrou ela.
- Que foi, Jú? – e me virei para olhar para ela. Minha amiga tinha os olhos inteligentes – o que era normal - mas de uma inteligência profunda, como se soubesse mais do que parecia.
- Você acha que vamos conseguir? – ela me perguntou.
- Você quer saber, Jú? Acho que sim. É só ter fé e não desistir!
Ela ficou me encarando, e seus olhos pareceram penetrantes, como se visse através de mim, mas foi por alguns segundos, então pensai ter imaginado.
- É, acho que você tem razão, Safí. Melhor esquecer isso. Que droga! Por que tenho que pensar tanto nesse assunto?! – Ela pareceu com raiva por um instante. Se ela queria me deixar confusa, estava conseguindo.  Depois, sua expressão se abrandou, e ela sorriu. – Obrigada, Safí! Boa-noite!
- Boa-noite! – murmurei ainda confusa, e ela caiu no sono.
 Já eu demorei a dormir. Tinha muita coisa na cabeça, principalmente agora, que minha amiga agira de modo estranho. Tentei esquecer isso, e continuei pensando em que perigos nos aguardariam além de Manhattan.
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Desculpem a demora! Espero que me perdoem! Minha vida anda bem complicada! Bjs, Carol ;)